Samara Fernandes de Souza
Química Tecnológica - UNESP Araraquara
Bélgica
Setembro 2015 à Maio 2016
"Durante oito meses (01/09/2015 – 31/05/2016) eu fiz um estágio no Instituto Flamengo de Pesquisas Tecnológicas (abreviação em holandês, VITO), localizado na cidade de Mol - Bélgica, através do Programa IAESTE.
Escolhi essa vaga porque gostei da área de atuação. Pessoas escolhem suas vagas pelo país onde vão morar ou talvez remuneração mas eu acredito que gostar ou ser familiarizado com as tarefas a serem cumpridas no estágio deve ser o critério mais importante. Dessa forma as chances de êxito e sucesso na escolha aumentam.
Meu estágio constituiu no desenvolvimento de uma nova linha de pesquisa no Instituto. Basicamente estávamos interessados em saber se a instalação da mesma era possível no Instituto e, obviamente, se a mesma ofereceria lucros no futuro.
Fui muito bem recebida. Todas as pessoas que trabalhavam comigo eram cordiais e dispostas a ajudar. Nesse ponto acredito que tive bastante sorte, já que me deparei com pessoas bastante alegres, sociais e até mesmo brincalhonas. O fato de que eu sempre me esforcei ao máximo para deixá-los a vontade e “não terem medo de mim” também ajudou. Digo isso porque muitos fatores são importantes para a boa convivência entre pessoas de países diferentes, uma vez que o choque de culturas ou a dificuldade de comunicação são bastante comuns. Vale a nota que eu morei na região de Flandres, cujos habitantes falam holandês ou, como eles preferem, flamengo. Alguns possuíam dificuldades com o inglês e evidentemente eu sempre reforçava que também não era perfeita. Ao final todos conseguiam passar suas mensagens sem problemas.
A nível profissional, sempre fui bastante responsável. (...) Depois de alguns meses, quando minha situação financeira estava mais estável, comecei também a fazer aulas de holandês. Lembro-me de um colega dizendo que “eu era uma estagiária diferente”. Diziam que muitos estagiários que já passaram pelo departamento iam para o trabalho mais tarde, não eram pro-ativos e, no caso de estrangeiros, certamente não tinham interesse pela língua holandesa. Sempre me interessei pelo que os outros estavam fazendo, já que, no papel de estagiária que era, estava lá para aprender mais e portanto perguntar sobre, questionar os procedimentos. Como meu chefe dizia: “de fato, você é uma estagiária com a qual é possível conversar. Muitos estagiários passaram por aqui e foram embora sem deixar qualquer tipo de marca, não lembramos mais nem de seus nomes”. Minhas reuniões e discussões com managers eram sempre bastante proveitosas. Eu reportava meus resultados e recebia orientações de como seguir adiante e etc. Em resumo, posso dizer que foi um ano bastante produtivo.
A nível pessoal conheci muitas pessoas, lugares e fiz grandes amizades. Morei em um prédio que pertencia à empresa e cujos moradores eram funcionários do instituto. Fazíamos muitas coisas juntos e não tive nenhum problema de adaptação.
No início de Maio de 2016 duas vagas de emprego surgiram em meu departamento. A descrição das ofertas dizia que possuir holandês fluente era um requisito necessário, o que me impediu de pensar em concorrer a uma das vagas. Porém, muitos colegas me diziam que eu deveria tentar, que mesmo não falando holandês eu já possuía conhecimentos do andamento dos projetos e já era familiarizada com as regras e práticas de laboratório do departamento, o que ajudava muito na minha possível candidatura. E de fato tentei. Passei pelo processo seletivo e tive minha entrevista final com três gestores, sendo um deles meu então chefe. Em última análise achei que seria interessante passar por esse tipo de processo seletivo para ao menos ganhar experiência em entrevistas.
No início de Junho voltei para o Brasil e terminei minha graduação (eu apenas precisava apresentar meu estágio como TCC). Durante esse período recebi duas grandes notícias, a primeira de que havia sido aceita para um mestrado o qual havia me candidatado em uma universidade belga e a segunda de que havia sido aceita para o emprego no Instituto onde eu havia feito meu estágio. Escolhi a segunda opção e, finalmente, iniciei minhas atividades como analista Jr no meio do mês de Setembro.
Em suma, acredito que minha dedicação foi um fator fundamental para a aquisição de minha atual posição. Não só durante meu estágio mas também durante meus estudos. Demonstrei um bom nível de maturidade e possuir vários conhecimentos teóricos e práticos que foram importantes para a minha conquista. Se perguntada sobre um conselho, essa seria provavelmente a minha resposta: dedique-se. Caso não saiba algo, dedique-se para aprender. Caso tenha algum objetivo, dedique-se para alcançá-lo".